Conheça a lei Carolina Dieckmann
A popularmente chamada Lei Carolina Dieckmann é o nome dado
a uma norma de 2012. Trata-se de uma lei cheia de polêmicas que fez algumas
alterações no Código Penal Brasileiro. Mais especificamente, a lei tipificou
alguns crimes de natureza online e delitos informáticos.
Sua aplicação e justificativa, no entanto, geram uma série
de dúvidas. Isso é especialmente verdade considerando a velocidade com a qual o
texto tramitou e foi aprovado.
Pode-se considerar, no entanto, que a Lei Carolina Dieckmann
é um dos primeiros esforços no sentido de estabelecer segurança jurídica para a
vida privada online. Seja eficaz ou não, demonstra certo interesse do
ordenamento jurídico em considerar a internet um campo de ação também
regulamentado.
Entenda mais sobre a Lei Carolina Dieckmann, seus efeitos e
o que significa para o ordenamento jurídico nacional:
O que é a Lei Carolina Dieckmann?
A Lei Carolina Dieckmann é o nome midiático à lei de número
12.737, aprovada em 2012. Seu texto continha algumas alterações no Código Penal
Brasileiro, no sentido de tipificar crimes de natureza “cibernética”.
Até então, não eram exatamente declarados os crimes que
ocorriam em esfera digital, caso não se assemelhassem analogicamente a fatos
comuns.
Chama atenção, neste caso, a agilidade ímpar com a qual a
lei foi aprovada. Seu projeto foi apresentado em 29 de novembro de 2011, e seu
sancionamento pela presidente (o que inclui a votação nas casas legislativas
previamente) ocorreu em 2 de dezembro de 2012. O período de um ano destoa
dramaticamente da aprovação padrão de leis, que pode levar décadas.
Seu propósito era que, com a tipificação deste tipo de
crime, as atividades de hackers fossem inibidas. A pressa, no entanto, parece
deixar de lado algumas questões técnicas essenciais.
Por que a lei possui este nome?
O nome “Lei Carolina Dieckmann” é atribuído à atriz da Rede
Globo, em função de caso pessoal ocorrido com ela. Em maio de 2011, a atriz
teve seu email invadido por alguém, o que garantiu, ao infrator, acesso a 36
fotos pessoais de cunho íntimo, envolvendo seu filho.
Segundo a denúncia realizada, o invasor exigiu dez mil reais
para a não publicação das fotos. Frente à recusa da atriz, as fotos foram
divulgadas online. Isso acendeu uma discussão, fomentada pela mídia, a respeito
da criminalização deste tipo de prática. A pressão midiática fez com que o
Projeto de Lei fosse criado e rapidamente votado.
O que diz a lei Carolina Dieckmann?
A Lei Carolina Dieckmann prevê parte do novo texto dos
artigos 154, 266 e 298 do Código penal. Resumindo as alterações, determina-se
que a “invasão de dispositivo informático alheio” para obtenção de dados sem
autorização é punível com detenção de três meses a um anos mais multa.
Além disso, a interrupção da prestação de serviço
informático também é crime, punível com detenção de um a três anos. De forma
geral, a intenção é coibir a prática de atividades consideradas como “black
hat”. No entanto, a lei falha ao especificar tal definição.
Discussões e críticas
Embora haja consenso sobre a necessidade de segurança da
privacidade em contexto online, a Lei Carolina Dieckmann levanta uma série de
discussões. Para muitos doutrinadores, o texto é excessivamente vago, e carece
de aspectos técnicos.
Fala, por exemplo, sobre a tipificação da invasão não
autorizada de dispositivo informático. É difícil definir, no entanto, do que se
trata a invasão não autorizada. Pergunta-se, por exemplo, se invasão não
autorizada exige pessoalidade. Pode-se considerar invasão a obtenção de dados
relativos ao uso do próprio site?
Esta falta de especificações pode gerar uma perigosa
incerteza jurídica. Não ser claro pode tornar qualquer conduta que se assemelhe
ao texto como criminosa, o que, por óbvio, possui graves implicações.
Fonte: Direitos Brasil
Fonte: Direitos Brasil
A Lei no. 12.737 de 2012, conhecida como Lei Carolina Dieckmann, não passou de uma pressão da mídia .
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